A mãe entra no quarto e vê a pequena
calçada com seu scarpin, toda maquiada, e exibindo um longo colar de pérolas. Essa
é uma imagem clichê, reproduzida nos meios de comunicação, em filmes, capas de
caderno, e até nas casas de pessoas conhecidas. É normal que as crianças
queiram imitar os pais, especialmente as meninas, acostumadas a acompanhar os
rituais de beleza das mães, tias, primas ou irmãs mais velhas. É natural... E o
que não é natural?
A infância é a menor fase da vida.
Por que transformar meninas em pequenas mulheres? Salto alto, esmalte, vestido justo... Será que boca lambuzada de chocolate combina com batom vermelho?
Vamos pensar na menina que, com os
pés ainda distantes do chão, permanece sentada num canto da festa para não
sujar o vestido. Na menina que faz pose sensual para ver sua foto
postada e curtida nas redes sociais. E naquela que troca o parque pelo salão ou a praia com os familiares pelas compras no shopping. Que tipo de sentimento essas cenas despertam? Quem "escolheu as escolhas" delas? Onde se perdeu a vontade de ser criança?
Foto: Ingrid Dragone |
Qual é mesmo o motivo para acelerar o tempo certo das coisas? O ursinho de pelúcia, amigo inseparável, em poucos
anos passará a descansar dentro de um armário. Além dele, quais lembranças vão ficar? A melhor parte? Os cabelos despenteados
pela guerra de travesseiros? As mãos sujas de tinta guache? A roupa melada do
macarrão de domingo?
Deixar ser criança é respeitar o "engatinhar" que Deus desenhou para o ser humano. Foi feito assim. É justo. Saudável. Bom. É a poesia da criação dos filhos.
Deixar ser criança é respeitar o "engatinhar" que Deus desenhou para o ser humano. Foi feito assim. É justo. Saudável. Bom. É a poesia da criação dos filhos.
Comentários
Postar um comentário
Que bom ter a sua participação! Volte sempre!