A moda surgiu na Europa e percorreu o mundo, chegando em quem não tem, inclusive, um perfil zen, artístico, detalhista ou algo parecido. O fato está consumado: os livros com desenhos para colorir integram as listas de Best Sellers das mais famosas livrarias. O conceito vendido junto com as publicações é o de minimizar
o estresse. Nada contra, hein? Pintei com lápis de cor a minha vida inteira. Só acho interessante que, enquanto esse passatempo com força viral encontra uma brecha na rotina de profissionais das mais diversas áreas, as crianças brincam com “brinquedos” de adulto. Pequenos
de um ano de idade já manuseiam celulares de ponta e espantam os pais com
tamanha habilidade.
Foto: Ingrid Dragone |
Outro dia assisti a um vídeo de
uma garotinha com cerca de dois anos de idade que tentava passar as páginas de uma revista exatamente
como fazia com o touchscreen do celular. O que acontece? Os
pais estão acomodados com as facilidades que a tecnologia proporciona? As
crianças já estão tão precoces que não se interessam pelas brincadeiras de
antigamente ou pelo entretenimento “analógico”? Elas estão sendo corretamente
estimuladas?
E os adultos? Por que estão
colorindo tantos desenhos? Querem resgatar a
simplicidade da vida? Buscam a leveza perdida entre os compromissos
cansativos do dia a dia? E se esses adultos que brincam de colorir ensinassem as
crianças a fazer o mesmo?
Acho que os pais devem pensar em atividades lúdicas para os filhos, criar ambientes favoráveis às brincadeiras que envolvam criatividade, e promover momentos de interação entre as crianças e outras pessoas. Qual adulto da minha geração não se alegra ao lembrar das cirandas, do pátio disputado para as brincadeiras de corda e elástico, dos jogos de tabuleiro, ou das rodas de telefone sem fio? Será mesmo que acreditamos que nada disso tem mais graça?
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