Mulheres que ainda não são mães às vezes me falam que se assustam com o teor dos textos divulgados na Internet sobre os desafios da maternidade. Algumas dizem que já não sabem se querem ser mães. Outras preferem esperar mais um pouco. Há quem diga que está se preparando psicologicamente para a nova condição, mesmo sem previsão de gestar.
A verdade é que muitas mulheres sofrem pressão externa para abraçar a maternidade como uma missão do “ser feminino”. Nesse lugar, ficam desconfortáveis, como se não tivessem escolha, como se a maternidade fosse um "destino obrigatório" para todas.
A maternidade é uma decisão sem volta e que muda por completo a vida de uma mulher. Embora esteja lendo muitos relatos de mães, até ter uma criança nos braços, sob a sua responsabilidade, ninguém sabe o que é o maternar. A experiência profundamente transformadora nos traz alegrias, medos, angústia e a ceifa da liberdade.
A maternidade é vivida de maneira particular por cada mulher. Há coisas em comum, como o amor incondicional pelo filho. Contudo, a condição vai além de amar. Depende da rede de apoio que a mulher tem, do seu companheiro, da história, da rotina e até do temperamento dela. A conjuntura conta muito para um maternar mais consciente e leve.
Eu sempre quis ser mãe. Realizei o meu desejo duas vezes. As mães sabem de que amor estou falando. É inexplicável, mas a gente não é feliz a todo momento, a gente não está preparada para todas as fases e situações, por mais que pense estar.
A gente precisa buscar o nosso espaço, porque ele é facilmente tomado pela demanda familiar. Isso ocorre de tal maneira que a gente não consegue mais lembrar dos próprios sonhos e mesmo de necessidades básicas, como descansar.
As mães amam sua cria, mas não amam integralmente a maternidade. A gente não brinca de casinha e boneca. A gente está criando gente! Está longe de ser fácil! Ainda assim, com todas as lágrimas que a experiência materna pode trazer, a gente sorri feito boba ao ver a felicidade do nosso filho. E se o amor materno é um amor que dói, é também um amor que cura.
Com amor,
Ingrid Dragone
Jornalista, letróloga e escritora
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